Virgulino Ferreira da Silva, conhecido popularmente pelo apelido de Lampião, foi o principal e mais conhecido cangaceiro brasileiro. Nasceu na cidade de Serra Talhada (PE) em 7 de julho de 1898 e faleceu em Poço Redondo (SE) em 28 de julho de 1938. Ficou conhecido como o "rei do Cangaço".
Todos atribuem o cangaço à Lampião, mas ele não criou o cangaço, ele seguiu o movimento. Antes de Lampião o cangaço era apenas um fenômeno regional, limitado ao Nordeste do Brasil. O restante do país não se incomodava com o que não lhe dizia respeito. A presença de Lampião, sua ousadia e seu destemor, fizeram do cangaceiro uma figura de destaque nos noticiários diários do país inteiro, exigindo atenção cada vez maior por parte das autoridades, que se sentiram publicamente desafiadas a liquidá-lo.
A história costuma estigmatizar seus personagens como heróis ou bandidos, porém muitas vezes, a simples definição não explica o verdadeiro personagem, e é por conta do rótulo que os mitos são criados e as histórias em torno deles são multiplicadas. Sete décadas após sua morte, o personagem Lampião ainda causa muita controvérsia entre as pessoas. Sua história hoje é vista como um misto de romance, aventura, violência, amor e ódio.
A história do cangaceiro é bastante polêmica e tem inspirado Título de produções artísticas, literárias, técnicas e científicas: livro, filme, peça de teatro, tese, estudo, relatório, pesquisa, música, show, exposição, obra de arte.
A literatura escrita possui uma vasta quantidade de livros que retratam a história de Lampião sob vários pontos de vista. Alguns escritores afirmam ter sido Lampião uma espécie de Robin Hood da caatinga, alguém que atacava e roubava os fazendeiros em nome dos pobres. Entretanto, outros pesquisadores do cangaço não compartilham dessa ideia e afirmam que ele foi muito violento e cruel com a população pobre, ao mesmo tempo, em que foi um aliado de todos os coronéis e poderosos, tendo como principal fonte de renda o dinheiro que essas pessoas pagavam para não serem atacadas pelo bando. Outros falam da imagem mítica que se formou sobre Lampião, traçando paralelos entre o cangaço e os gângsteres da década de 1920 nos Estados Unidos e compara a situação dos cangaceiros de ontem com a dos traficantes de hoje. Há, ainda, quem afirme que Lampião escapou do cerco policial em Sergipe, tendo morrido de morte natural no interior de Minas Gerais, no dia 3 de agosto de 1993, aos 96 anos de idade.
As façanhas do cangaceiro Lampião também viraram Literatura de Cordel nas mãos de poetas competentes, sendo contada em versos impressos em pequenos folhetos de papel jornal e ilustrados com xilogravuras, comumente encontrados nas feiras públicas no interior do Nordeste.
A figura lendária de Lampião também inspirou a produção de vários filmes e documentários. O filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, apresenta uma mistura de faroeste nordestino com drama romântico, inspirado na figura de Lampião. Considerado um dos clássicos da cinematografia nacional, foi o primeiro longa brasileiro a ser premiado em Cannes. Enquanto, outros como "A Rota do Cangaço" apresenta uma viagem pelo sertão Nordestino, perfazendo os caminhos de Lampião e seu bando e revelando detalhes do cangaço, um dos períodos mais violentos da história do Brasil.
Analisando os meios de comunicação utilizados para contar a história de Lampião, podemos afirmar que:
O livro é um meio de comunicação importante no processo de transformação do indivíduo. Ao ler um livro, evoluímos e desenvolvemos a nossa capacidade crítica e criativa. É importante ter o hábito da leitura porque com ela, se aprimora a linguagem e a comunicação com o mundo. O livro atrai pela curiosidade, pelo formato, pelo manuseio e pela emoção das histórias, sendo possível escolher entre uma história do passado, do presente ou da fantasia. Além disso, podemos ler o que quisermos, quando, onde e no ritmo que escolhermos.
Quanto à Literatura de Cordel, trata-se de um meio de comunicação alternativo e tem sua importância no processo comunicacional, como obra de arte criativa que exprime o modo de ver, sentir e viver de um povo, tendo esse tipo de literatura como seu objeto ou meio material e de registro. É parte dos instrumentos que os populares têm para preservar sua identidade e pelos quais, as camadas populares organizam uma consciência comum, preservam experiências, encontram educação, recreio e estímulo, dão expansão aos seus pendores artísticos e, afinal, fazem presente à sociedade oficial as suas aspirações e as suas expectativas. Elemento de aproximação e coesão, o folclore serve de tribuna, é um comício com que o povo se faz ouvir pelas classes superiores, em manifestações que refletem o seu comportamento em face das relações de produção vigentes na sociedade, como o registro e o comentário dos fatos da vida cotidiana.
Comparado a outros meios de comunicação o filme é o mais persuasivo, ele estreita a fronteira entre realidade e ficção, transgredindo os limites entre o real e o imaginário. Reflete lutas, vitórias, derrotas, sonhos, realizações e esperanças. Desvenda fantasias, angústias, injustiças e felicidades refletidas do povo. Estabelece relações de cumplicidade dentro e fora da tela com o espectador. Primeiramente, torna-se imprescindível analisarmos psicologicamente o efeito e a causa que o filme, seja ele baseado em realidade ou ficção, exerce sobre os espectadores. Ele está ligado diretamente ao imaginário das pessoas. Constrói o fato, história ou estória. Quem assiste relaxa, pensa na vida, se coloca no lugar dos protagonistas, sente emoção, alegria, tristeza, raiva e amor com o que está sendo projetado ali na sua frente. Seja na tela da televisão ou do cinema, a partir do imaginário do roteirista e do diretor do filme, o que se vê (felicidades, ódios, vitórias, derrotas, injustiças, amores refletidos) transforma-se em "realidade" na mente de quem assiste.
A sociedade compartilha emoções através dos meios de comunicação, em especial, os audiovisuais. Com a evolução tecnológica, ao longo do tempo, eles foram moldando o modo de pensar do homem, cativando-o, seduzindo-o, fazendo-o rir, chorar, sentir medo, pavor, solidariedade, com imagens fragmentadas, inspiradas, baseadas ou recortadas do real. Tudo isso através de signos audiovisuais que remetem aos espectadores significados, fazendo com que eles construam seus universos cognitivos interiores pautados no imaginário audiovisual que, por sua vez, é baseado na visão de mundo da humanidade.
http://www.suapesquisa.com/biografias/lampiao.htm
http://www.infonet.com.br/cultura/ler.asp?id=102099&titulo=especial
http://cienciahoje.uol.com.br/podcasts/Lampiao%20-%20heroi%20ou%20vilao.mp3#clique-abaixo-para-ouvir
http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2010/07/cordel-cangaco-e-contestacao.html
http://www.nosrevista.com.br/2010/05/14/autor-da-polemica-biografia-de-lampiao-faz-palestra-e-lanca-livro-em-brasilia/
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